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O casamento de Perséfone com Hades


O casamento de Perséfone com Hades


Perséfone, filha de Deméter, estava brincando com outras deusas, quando a terra se abriu, e Hades, o Senhor da Morte, a sequestrou para seu mundo avernal para casar-se com ela.


O mundo avernal, na linguagem da psicologia, é o mundo do inconsciente.


Perséfone foi levada para o inconsciente, para um mundo sombrio. Arrancada de seu mundo, o sentimento é de um imenso vazio emocional. Tudo aconteceu de uma forma muito rápida, sem nenhum

preparo.


Deméter, não suporta a dor da perda da filha, e não produzia mais os alimentos da terra; quando os campos ficaram estéreis, e a vida dos seres humanos ficou em risco, Zeus ordenou a Hades que libertasse Perséfone, mas esta já tinha se alimentado no Reino de Hades, comendo alguns grãos de romã, e quem se alimenta no mundo avernal fica preso a ele. Zeus solucionou o problema com a determinação de que Perséfone viveria com sua mãe durante a primavera e durante o outono viveria com Hades em seu reino.


Assim sendo, ela precisa aprender a viver em dois mundos diferentes, o mundo da vida representado pela mãe Deméter, e o mundo da morte representado por Hades.


A mulher-Perséfone que tem dificuldade em equilibrar estes dois mundos, pode ficar propensa a atrair pessoas problemáticas, até mesmo de comportamento violento. Há também uma tendência a desenvolver depressão.


Porém, quando as duas forças estão em equilíbrio, quando ela caminha levemente entre consciente e inconsciente, entre a luz e a sombra, Perséfone se torna uma mulher extremamente sábia, preserva em sua aparência a inocência de menina, porém, em seu interior, possui um conhecimento e sabedoria que vão além do que se possa imaginar.


Quando Perséfone retorna para sua mãe, sua transformação já se processou, ela já se tornou uma Deusa madura, que conhece a sexualidade, a morte e a separação; situações transformadoras para todos nós, seja pela luz... ou pela sombra...


Silvia Marto

Psicóloga




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